Num cemitério ao entardecer, se encontra um jovem, um pobre garoto corpulento, com um olhar profundo, suas roupas surradas ou apenas um pouco desbotadas, não havia como se distinguir, e seu rosto pálido com nenhum tipo de expressão, ao menos não uma que se pudesse se identificar, não era nem alegria nem tristeza, não havia vida alguma nele. Ele caminhava entre túmulos, como quem anda em uma rua a caminho de casa. De repente e de uma forma sútil uma mulher linda e pálida, com um vestido de renda, ela era linda mesmo sendo extremamente magra, magreza que assustaria qualquer pessoa, menos a este rapaz, ela apresentava um sorriso malicioso, surge ao lado do rapaz, e o mesmo se mantém antônimo, não esboçou qualquer tipo de reação.
Ela rapidamente se aproxima, rápida mas de uma maneira graciosa e leve como se fosse uma bailarina ou mesmo como se não tivesse pernas nem corpo e todo seu ser fosse feito de fumaça, e ela o rodeia, e começa a sussurra coisas ao seu ouvido, palavras, e estas palavras que apenas ele escuta, começam lhe causar algum tipo de reação uma espécie de prazer ao mesmo tempo dor.



Ainda encantado com a moça o jovem não percebe a chegada bruta de um cavalheiro, um senhor de terno, ao contrário da linda mulher ele andava como se não soubesse ou não usará suas pernas a anos, ele tinha um passo pesado. Nem isto foi capaz de desfazer o encanto que a jovem exercia sobre o garoto. E cada vez mais o cavalheiro se aproximava com uma pressa aparente e se colocou atrás da sua "vítima", que se mantinha em um estado de êxtase, e o senhor aproximou sua foice, que carregava com si ou apenas surgiu com um gesto dele, não se podia distinguir, e ao aproximar a pele do jovem, lhe veio imagens de crianças sofrendo, poderia ser seu passado, e essas imagens se tornavam mais rápidas, e constantemente, como se nunca fosse parar de repetir, e ele foi teleportado pra sua mente não se encontrava mais naquele cemitério, e as imagens passavam num ritmo frenético ele começou a ouvir um coro, um coro que se assemelhava a uma marcha fúnebre, perguntavam o que ele queria da vida, e repetiam a mesma pergunta cordeadamente, até que ele responde com uma voz roca e trêmula "da vida nunca quis nada, é da morte que eu quero".
E então ele retorna ao cemitério, como se nunca tivesse saído de lá E de certa forma não saiu, o cavalheiro não se encontrava mais lá, as roupas da jovem agora se encontravam mais escuras, mais sombrias, e seu sorriso mais malicioso de uma forma mortal. Ela olhou fixamente em seus olhos e disse calmamente "de mim, não podes exigir nada, você é capaz de realizar o que queres, sozinho, porém aquela que você ama não levarei, e não cabe a você decidir por ela, estou aqui, para acabar com esse labirinto de dor, pra te levar, eu sou a saída " ele friamente responde sem olhar para ela "não irei partir sem ela, dor, sim é viver, dor maior é ser egoísta e abandoná-la, a culpa nunca me deixara ter minha paz, não posso viver sem sofrer, não posso ir de encontro a paz sem ela, o paraíso tem um preço e eu não estou disposto a pagar." Ao final da sua última palavra ele começa a andar, e cada passo se torna mais difícil, quase como se cada passo o destruísse por dentro, e de nenhuma expressão ele passou para total constipação, andando lentamente e com dificuldade.
Ela grita a ele "por que insiste em não querer vir só? " ele se mantém em sua caminhada cada passo se tornado mais difícil que o anterior, seu corpo se torna mais pesado, menos seu, ela continua persistente como se quisesse convencer ele de algo "teus braços, tuas pernas, não te restam maia, seus olhos, sua pele sua carne, nada te resta se não pó!? " as suas últimas palavras ela mesma disse descrente.
Ele relutou como se fosse impossível dar mais um passo, mesmo assim ele reuniu todo toda sua força que cabia a ele, e disse olhando ao horizonte "posso não ter meus olhos, meu corpo pode não me pertencer mais a mim, posso ser realmente pó, porém dona morte, as lembranças, as sensações, ainda me pertencem, ainda me fazem forte, assim como eu me mantenho vivo na memória de outras pessoas, isso impede que eu, que minhas lembranças se desfaçam, congele, se perca." E um sorriso de esperança surgi em seu rosto. Já enfurecida ela diz como um ódio na voz, como se fosse uma espécie de ordem "se acha forte, pobre mortal, se pensa que isto é ser forte, viver de memória, logo caíra no esquecimento, chega a hora do alento final, verás seu fiasco, seu destino miserável mortal, caíra sobre o poder da morte!" E ela da um leve beijo nele e ao final do beijo toda sua vida já se foi, e em segundos ele esta no chão e ela já não se encontra lá.
Uma menina aparece horas após o amanhecer olha para o jovem no chão, e diz tristemente "aqui jaz mais um mortal, levado sem distinção, a morte fez seu papel e não deixa menor explicação. Pobre morreu sem a amada descanso nunca terá." E a morte passeia pelo cemitério numa dança de respeito ao insolente.
E o pobre jovem se foi, sem saber que seus últimos momentos ele passou com as três face da morte, a primeira jovem, a morte pura, prematura, morrer jovem. O cavalheiro a morte angustiante, o sofrimento, o lamento, a penúria. A outra jovem que muitos dizem ser a mesma que a primeira, sem muitas diferenças, essa por sua vez, a morte na luxuria, o prazer os vícios. Cada uma das três faces da morte representam uma parte da humanidade.

As faces da morte

5 de jan. de 2015

Num cemitério ao entardecer, se encontra um jovem, um pobre garoto corpulento, com um olhar profundo, suas roupas surradas ou apenas um pouco desbotadas, não havia como se distinguir, e seu rosto pálido com nenhum tipo de expressão, ao menos não uma que se pudesse se identificar, não era nem alegria nem tristeza, não havia vida alguma nele. Ele caminhava entre túmulos, como quem anda em uma rua a caminho de casa. De repente e de uma forma sútil uma mulher linda e pálida, com um vestido de renda, ela era linda mesmo sendo extremamente magra, magreza que assustaria qualquer pessoa, menos a este rapaz, ela apresentava um sorriso malicioso, surge ao lado do rapaz, e o mesmo se mantém antônimo, não esboçou qualquer tipo de reação.
Ela rapidamente se aproxima, rápida mas de uma maneira graciosa e leve como se fosse uma bailarina ou mesmo como se não tivesse pernas nem corpo e todo seu ser fosse feito de fumaça, e ela o rodeia, e começa a sussurra coisas ao seu ouvido, palavras, e estas palavras que apenas ele escuta, começam lhe causar algum tipo de reação uma espécie de prazer ao mesmo tempo dor.



Ainda encantado com a moça o jovem não percebe a chegada bruta de um cavalheiro, um senhor de terno, ao contrário da linda mulher ele andava como se não soubesse ou não usará suas pernas a anos, ele tinha um passo pesado. Nem isto foi capaz de desfazer o encanto que a jovem exercia sobre o garoto. E cada vez mais o cavalheiro se aproximava com uma pressa aparente e se colocou atrás da sua "vítima", que se mantinha em um estado de êxtase, e o senhor aproximou sua foice, que carregava com si ou apenas surgiu com um gesto dele, não se podia distinguir, e ao aproximar a pele do jovem, lhe veio imagens de crianças sofrendo, poderia ser seu passado, e essas imagens se tornavam mais rápidas, e constantemente, como se nunca fosse parar de repetir, e ele foi teleportado pra sua mente não se encontrava mais naquele cemitério, e as imagens passavam num ritmo frenético ele começou a ouvir um coro, um coro que se assemelhava a uma marcha fúnebre, perguntavam o que ele queria da vida, e repetiam a mesma pergunta cordeadamente, até que ele responde com uma voz roca e trêmula "da vida nunca quis nada, é da morte que eu quero".
E então ele retorna ao cemitério, como se nunca tivesse saído de lá E de certa forma não saiu, o cavalheiro não se encontrava mais lá, as roupas da jovem agora se encontravam mais escuras, mais sombrias, e seu sorriso mais malicioso de uma forma mortal. Ela olhou fixamente em seus olhos e disse calmamente "de mim, não podes exigir nada, você é capaz de realizar o que queres, sozinho, porém aquela que você ama não levarei, e não cabe a você decidir por ela, estou aqui, para acabar com esse labirinto de dor, pra te levar, eu sou a saída " ele friamente responde sem olhar para ela "não irei partir sem ela, dor, sim é viver, dor maior é ser egoísta e abandoná-la, a culpa nunca me deixara ter minha paz, não posso viver sem sofrer, não posso ir de encontro a paz sem ela, o paraíso tem um preço e eu não estou disposto a pagar." Ao final da sua última palavra ele começa a andar, e cada passo se torna mais difícil, quase como se cada passo o destruísse por dentro, e de nenhuma expressão ele passou para total constipação, andando lentamente e com dificuldade.
Ela grita a ele "por que insiste em não querer vir só? " ele se mantém em sua caminhada cada passo se tornado mais difícil que o anterior, seu corpo se torna mais pesado, menos seu, ela continua persistente como se quisesse convencer ele de algo "teus braços, tuas pernas, não te restam maia, seus olhos, sua pele sua carne, nada te resta se não pó!? " as suas últimas palavras ela mesma disse descrente.
Ele relutou como se fosse impossível dar mais um passo, mesmo assim ele reuniu todo toda sua força que cabia a ele, e disse olhando ao horizonte "posso não ter meus olhos, meu corpo pode não me pertencer mais a mim, posso ser realmente pó, porém dona morte, as lembranças, as sensações, ainda me pertencem, ainda me fazem forte, assim como eu me mantenho vivo na memória de outras pessoas, isso impede que eu, que minhas lembranças se desfaçam, congele, se perca." E um sorriso de esperança surgi em seu rosto. Já enfurecida ela diz como um ódio na voz, como se fosse uma espécie de ordem "se acha forte, pobre mortal, se pensa que isto é ser forte, viver de memória, logo caíra no esquecimento, chega a hora do alento final, verás seu fiasco, seu destino miserável mortal, caíra sobre o poder da morte!" E ela da um leve beijo nele e ao final do beijo toda sua vida já se foi, e em segundos ele esta no chão e ela já não se encontra lá.
Uma menina aparece horas após o amanhecer olha para o jovem no chão, e diz tristemente "aqui jaz mais um mortal, levado sem distinção, a morte fez seu papel e não deixa menor explicação. Pobre morreu sem a amada descanso nunca terá." E a morte passeia pelo cemitério numa dança de respeito ao insolente.
E o pobre jovem se foi, sem saber que seus últimos momentos ele passou com as três face da morte, a primeira jovem, a morte pura, prematura, morrer jovem. O cavalheiro a morte angustiante, o sofrimento, o lamento, a penúria. A outra jovem que muitos dizem ser a mesma que a primeira, sem muitas diferenças, essa por sua vez, a morte na luxuria, o prazer os vícios. Cada uma das três faces da morte representam uma parte da humanidade.

Latest Instagrams

© Solidarizou. Design by Fearne.