Pode parecer que o feminismo seja um assunto clichê, daqueles que já foi tão debatido que não há mais o que dizer. Mas é justamente por isso que deve ser discutido. Se supostamente já foi dito o suficiente, então por que nada mudou? Quero dizer, houve várias conquistas quando se tratam dos direitos das mulheres, mas e a mentalidade da sociedade atual, que se diz tão avançada, será que realmente mudou?

Vemos no nosso cotidiano mulheres sendo assediadas moral e até fisicamente nas ruas por suas escolhas profissionais e pessoais. As prostitutas são exemplos dessa intensa condenação social por uma simples escolha profissional. Isto é, as mulheres não podem transitar entre as profissões porque são mal vistas? É uma forma de ganhar dinheiro, muitas têm como base de sua renda familiar seus trabalhos nas ruas. Não só elas, mas as mulheres que ocupam cargos que outrora eram exclusivamente masculinos também são vítimas desse assédio moral. A presença feminina na construção civil é um dos pontos que ainda merecem atenção justamente porque não são tratados com normalidade. Qual a diferença entre uma casa planejada e construída por um homem de uma em que uma mulher ocupou seu espaço? Nenhuma. E é justamente aí que o preconceito aparece. O fato de um nome feminino relacionar-se com uma ocupação anteriormente limitada aos homens causa estranhamento em grande parte da população, pois, desde os tempos primitivos, relaciona-se a “soberania” masculina em relação às mulheres devido à sua superioridade física, fato que não se aplica em todos os casos em que é usado como desculpa.

Além disso, uma mulher vestindo roupas curtas tornou-se sinônimo de usar uma placa entitulando-a fácil. Num dia de calor, os homens podem andar pelas ruas com vestes mais curtas sem causar problemas, enquanto as mulheres numa mesma situação sofrem assédios físicos e morais. E ainda há os que dizem que as mulheres vestem-se assim para chamar a atenção e que merecem ser estupradas. Onde fica a liberdade de expressão? Onde fica a liberdade de poder usar o que quiser? Nos países islâmicos, em que há a adoção da burca como vestimenta obrigatória, também são registrados casos de estupro e lá não é “por falta de pano”.

O absurdo de tudo isso é que é real. Quisera eu que tudo não passasse de mais uma ficção. Enquanto a ideologia da sociedade contemporânea continuar como a de uma da Idade Média, nada vai mudar. Não digo que as mulheres deveriam ter um tratamento especial, nem que fossem tratadas como homens, mas sim como seres humanos.


Estamos de volta à Idade Média?

3 de fev. de 2015

Pode parecer que o feminismo seja um assunto clichê, daqueles que já foi tão debatido que não há mais o que dizer. Mas é justamente por isso que deve ser discutido. Se supostamente já foi dito o suficiente, então por que nada mudou? Quero dizer, houve várias conquistas quando se tratam dos direitos das mulheres, mas e a mentalidade da sociedade atual, que se diz tão avançada, será que realmente mudou?

Vemos no nosso cotidiano mulheres sendo assediadas moral e até fisicamente nas ruas por suas escolhas profissionais e pessoais. As prostitutas são exemplos dessa intensa condenação social por uma simples escolha profissional. Isto é, as mulheres não podem transitar entre as profissões porque são mal vistas? É uma forma de ganhar dinheiro, muitas têm como base de sua renda familiar seus trabalhos nas ruas. Não só elas, mas as mulheres que ocupam cargos que outrora eram exclusivamente masculinos também são vítimas desse assédio moral. A presença feminina na construção civil é um dos pontos que ainda merecem atenção justamente porque não são tratados com normalidade. Qual a diferença entre uma casa planejada e construída por um homem de uma em que uma mulher ocupou seu espaço? Nenhuma. E é justamente aí que o preconceito aparece. O fato de um nome feminino relacionar-se com uma ocupação anteriormente limitada aos homens causa estranhamento em grande parte da população, pois, desde os tempos primitivos, relaciona-se a “soberania” masculina em relação às mulheres devido à sua superioridade física, fato que não se aplica em todos os casos em que é usado como desculpa.

Além disso, uma mulher vestindo roupas curtas tornou-se sinônimo de usar uma placa entitulando-a fácil. Num dia de calor, os homens podem andar pelas ruas com vestes mais curtas sem causar problemas, enquanto as mulheres numa mesma situação sofrem assédios físicos e morais. E ainda há os que dizem que as mulheres vestem-se assim para chamar a atenção e que merecem ser estupradas. Onde fica a liberdade de expressão? Onde fica a liberdade de poder usar o que quiser? Nos países islâmicos, em que há a adoção da burca como vestimenta obrigatória, também são registrados casos de estupro e lá não é “por falta de pano”.

O absurdo de tudo isso é que é real. Quisera eu que tudo não passasse de mais uma ficção. Enquanto a ideologia da sociedade contemporânea continuar como a de uma da Idade Média, nada vai mudar. Não digo que as mulheres deveriam ter um tratamento especial, nem que fossem tratadas como homens, mas sim como seres humanos.








O livro Sentimento do Mundo é o terceiro trabalho poético da carreira de Carlos Drummond de Andrade. Possui 28 poemas que foram produzidos entre 1935 e 1940.

Essa obra é referente a primeira fase da carreira de Drummond, a fase gauche(lê-se gôxe). Ele trouxe o olhar do poeta sobre o mundo a sua volta, criticando o poder de destruição do homem, tentando para um lado mais crítico e totalmente político, engajado. Além disso, o livro foi escritor na época que período entre guerras. Anos do fim da primeira guerra mundial.


MENINO CHORANDO NA NOITE
Na noite lenta e morna,
morta noite sem ruído,
um menino chora.
O choro atrás da parede,
a luz atrás da vidraça
perdem-se na sombra dos passos abafados,
das vozes extenuadas,
e, no entanto,
se ouve até o rumor da gota de remédio
caindo na colher.

Um menino chora na noite,
atrás da parede, atrás da rua,
longe um menino chora,
em outra cidade talvez,
talvez em outro mundo.

E vejo a mão que levanta a colher,
enquanto a outra sustenta a cabeça
e vejo o fio oleoso
que escorre pelo queixo do menino,
escorre pela rua, escorre pela cidade,
um fio apenas.
E não há mais ninguém no mundo
A não esse menino chorando.


Um dos 28 poemas, Menino Chorando na Noite, representa a dor universal do mundo. Ser triste dói. Um poema considerado por possuir ternura. Uma qualidade bem predominante no livro é o isolamento social do que ocorre pelo sofrimento existente no mundo.

Resenha: Sentimento do Mundo - Carlos Drummond de Andrade.







O livro Sentimento do Mundo é o terceiro trabalho poético da carreira de Carlos Drummond de Andrade. Possui 28 poemas que foram produzidos entre 1935 e 1940.

Essa obra é referente a primeira fase da carreira de Drummond, a fase gauche(lê-se gôxe). Ele trouxe o olhar do poeta sobre o mundo a sua volta, criticando o poder de destruição do homem, tentando para um lado mais crítico e totalmente político, engajado. Além disso, o livro foi escritor na época que período entre guerras. Anos do fim da primeira guerra mundial.


MENINO CHORANDO NA NOITE
Na noite lenta e morna,
morta noite sem ruído,
um menino chora.
O choro atrás da parede,
a luz atrás da vidraça
perdem-se na sombra dos passos abafados,
das vozes extenuadas,
e, no entanto,
se ouve até o rumor da gota de remédio
caindo na colher.

Um menino chora na noite,
atrás da parede, atrás da rua,
longe um menino chora,
em outra cidade talvez,
talvez em outro mundo.

E vejo a mão que levanta a colher,
enquanto a outra sustenta a cabeça
e vejo o fio oleoso
que escorre pelo queixo do menino,
escorre pela rua, escorre pela cidade,
um fio apenas.
E não há mais ninguém no mundo
A não esse menino chorando.


Um dos 28 poemas, Menino Chorando na Noite, representa a dor universal do mundo. Ser triste dói. Um poema considerado por possuir ternura. Uma qualidade bem predominante no livro é o isolamento social do que ocorre pelo sofrimento existente no mundo.

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