O cheiro dele, misturado as fotos da sala e o maço de cigarros favorito foi o que me matou. Era um dia de sol e calor lá fora, mas ele tinha ido e nada poderia ser feliz naquele dia. Então eu parei sentada observando nossas fotos nas primeiras festas, o dia em que eu vim morar aqui, do meu anel de noivado, do casamento, das viagens que a gente nunca fez. E o vento soprava o cheiro dele, e me fazia se embriagar, me deixava tonta e confusa…era o começo da minha morte. 
Mas não morri de overdose dele. Talvez eu tenha morrido por conta das lágrimas que eu derramei por ele, que eram tão quentes quanto lava e que ao invés de lavarem minha alma, pareciam afogá-la. Acho que eu morri afogada em todas as lágrimas e palavras que eu queria dizer quando ele estava aqui. Ou talvez eram todas as memórias me queimando, me matando de dentro para fora. Mas eu não sei direito. O que me matou, talvez, tenha sido a fumaça do cigarro do maço favorito dele. Talvez eu tenha estranhado fumar sozinha. Talvez meu pulmão tenha despedaçado bem rapidinho, escurecido, apodrecido como o resto da minha alma. Bem rapidinho. Não foi ele quem me matou. Ele pode ter aquele jeito meio durão e marrento, mas ele jamais faria algo tão cruel. Ele talvez tenha só me envenenado. Ou melhor, eu quis me envenenar dele. Eu quis me embriagar, cheirar, fumar, consumir, me queimar, me afogar, me engasgar, me rasgar e despedaçar nele. Sei que foi mais uma vez, consequência das minhas escolhas. Mas essa foi a última, não há mais nada aqui. A culpa é toda minha. Minha morte é fruto de um suicídio lento que começou no dia que eu o conheci. Venho me matando todos os dias, desde a primeira vez que admiti que precisava dele. Quando não o tive, morri. Eu morri de suicídio.

Suicídio.

2 de mar. de 2015

O cheiro dele, misturado as fotos da sala e o maço de cigarros favorito foi o que me matou. Era um dia de sol e calor lá fora, mas ele tinha ido e nada poderia ser feliz naquele dia. Então eu parei sentada observando nossas fotos nas primeiras festas, o dia em que eu vim morar aqui, do meu anel de noivado, do casamento, das viagens que a gente nunca fez. E o vento soprava o cheiro dele, e me fazia se embriagar, me deixava tonta e confusa…era o começo da minha morte. 
Mas não morri de overdose dele. Talvez eu tenha morrido por conta das lágrimas que eu derramei por ele, que eram tão quentes quanto lava e que ao invés de lavarem minha alma, pareciam afogá-la. Acho que eu morri afogada em todas as lágrimas e palavras que eu queria dizer quando ele estava aqui. Ou talvez eram todas as memórias me queimando, me matando de dentro para fora. Mas eu não sei direito. O que me matou, talvez, tenha sido a fumaça do cigarro do maço favorito dele. Talvez eu tenha estranhado fumar sozinha. Talvez meu pulmão tenha despedaçado bem rapidinho, escurecido, apodrecido como o resto da minha alma. Bem rapidinho. Não foi ele quem me matou. Ele pode ter aquele jeito meio durão e marrento, mas ele jamais faria algo tão cruel. Ele talvez tenha só me envenenado. Ou melhor, eu quis me envenenar dele. Eu quis me embriagar, cheirar, fumar, consumir, me queimar, me afogar, me engasgar, me rasgar e despedaçar nele. Sei que foi mais uma vez, consequência das minhas escolhas. Mas essa foi a última, não há mais nada aqui. A culpa é toda minha. Minha morte é fruto de um suicídio lento que começou no dia que eu o conheci. Venho me matando todos os dias, desde a primeira vez que admiti que precisava dele. Quando não o tive, morri. Eu morri de suicídio.

Latest Instagrams

© Solidarizou. Design by Fearne.