Eles zombam da garotinha. Apontam seus cabelos curtos e seu tênis preto, rindo. Eles não se importam com o que aquela estranha sente, apenas com sua aparência, o que com certeza não é a de uma menina. A garotinha olha em seus ombros, à procura de cabelos sedosos e lisos caindo sobre eles, ela olha em seus pés esperando encontrar neles sapatos cor de rosa brilhantes. Quem sabe assim eles a aceitem? Quem sabe assim eles queiram brincar? E então, todos os dias, a menina de seis anos é motivo de chacota e é apontada como a patética. Hoje a menina cresceu, tem finalmente cabelos compridos e sapatos cor de rosa, tem quem goste dela, quem se importe, mas ainda assim aquela garotinha insegura sempre volta. O medo dá as caras e faz a menina enxergar a garotinha no espelho. Do lado de lá do espelho, ela olha pra si mesma no futuro, tem medo e desconfiança no olhar. Suas feições denunciam que chorou pouco tempo antes, o que é de se esperar de uma inocente vítima da crueldade do mundo. A menina sou eu. A cada desafio, a cada mudança, ela está lá, encarando-me com seus profundos olhos tristes como quem diz "Por favor, não nos faça sofrer mais uma vez." É toda vez que a esperança morre em mim que a garotinha que não era "menina de verdade" aparece e me lembra o porquê dela ainda existir em minha mente. Eu continuo respirando os ares tristes dessa sociedade de rótulos, de superficialidade. Sou o que se espera resultar de uma sociedade sem amor. Meu lado emocional quer acreditar que as pessoas são capazes de mudar, mas a razão grita aos quatro ventos que elas são imutáveis. Enquanto houver quem a pratique, a maldade sempre existirá. É exatamente o que Hollywood mostra, uma luta entre o bem e mal, com uma única diferença: na vida real, nem sempre o bem vence.


Menina de Verdade

27 de jan. de 2015

Eles zombam da garotinha. Apontam seus cabelos curtos e seu tênis preto, rindo. Eles não se importam com o que aquela estranha sente, apenas com sua aparência, o que com certeza não é a de uma menina. A garotinha olha em seus ombros, à procura de cabelos sedosos e lisos caindo sobre eles, ela olha em seus pés esperando encontrar neles sapatos cor de rosa brilhantes. Quem sabe assim eles a aceitem? Quem sabe assim eles queiram brincar? E então, todos os dias, a menina de seis anos é motivo de chacota e é apontada como a patética. Hoje a menina cresceu, tem finalmente cabelos compridos e sapatos cor de rosa, tem quem goste dela, quem se importe, mas ainda assim aquela garotinha insegura sempre volta. O medo dá as caras e faz a menina enxergar a garotinha no espelho. Do lado de lá do espelho, ela olha pra si mesma no futuro, tem medo e desconfiança no olhar. Suas feições denunciam que chorou pouco tempo antes, o que é de se esperar de uma inocente vítima da crueldade do mundo. A menina sou eu. A cada desafio, a cada mudança, ela está lá, encarando-me com seus profundos olhos tristes como quem diz "Por favor, não nos faça sofrer mais uma vez." É toda vez que a esperança morre em mim que a garotinha que não era "menina de verdade" aparece e me lembra o porquê dela ainda existir em minha mente. Eu continuo respirando os ares tristes dessa sociedade de rótulos, de superficialidade. Sou o que se espera resultar de uma sociedade sem amor. Meu lado emocional quer acreditar que as pessoas são capazes de mudar, mas a razão grita aos quatro ventos que elas são imutáveis. Enquanto houver quem a pratique, a maldade sempre existirá. É exatamente o que Hollywood mostra, uma luta entre o bem e mal, com uma única diferença: na vida real, nem sempre o bem vence.


Para o pessoal do 1° ano do ensino médio, vai essa dica sobre as cartas chilenas no Arcadismo.

Cartas Chilenas.
- São 13 cartas escritas em decassílabos brancos(sem rimas) pelo poeta árcade Tomás Antônio Gonzaga no intuito de denunciar de forma satírica o governo de Luís da Cunha Meneses em Vila Rica. A influência dos iluministas está nítida da obra. Gonzaga teria se inspirado no estilo satírico de Voltaire e nas Cartas Persas (1721), do Barão de Montesquieu (1689‐1755), para intitular seu poema. Na obra, há constantes denuncias sobre as irregularidades, configurando o ambiente de Vila Rica ao tempo da preparação política para a Inconfidência Mineira.

Abaixo vocês poderão ler um trecho das Cartas Chilenas.

Carta 1ª (fragmentos)

Não cuides, Doroteu, que vou contar‐te
por verdadeira história uma novela
da classe das patranhas, que nos contam
verbosos navegantes, que já deram
ao globo deste mundo volta inteira.
Uma velha madrasta me persiga,
uma mulher zelosa me atormente
e tenha um bando de gatunos filhos,
que um chavo não me deixem, se este chefe
não fez ainda mais do que eu refiro.
[...]
Tem pesado semblante, a cor é baça,
o corpo de estatura um tanto esbelta,
feições compridas e olhadura feia;
tem grossas sobrancelhas, testa curta,
nariz direito e grande, fala pouco
em rouco, baixo som de mau falsete;
sem ser velho, já tem cabelo ruço,
e cobre este defeito e fria calva
à força de polvilho que lhe deita.
Ainda me parece que o estou vendo
no gordo rocinante escarranchado,
as longas calças pelo embigo atadas,
amarelo colete, e sobre tudo
vestida uma vermelha e justa farda.




Para quem quiser conferir, as 13 Cartas Chilenas estão no link abaixo. Boa leitura!
http://www.biblio.com.br/defaultz.asp?link=http://www.biblio.com.br/conteudo/TomasAntonioGonzaga/cartaschilenas.htm


Dica: Cartas Chilenas de Tomás Antônio Gonzaga - Arcadismo.

Para o pessoal do 1° ano do ensino médio, vai essa dica sobre as cartas chilenas no Arcadismo.

Cartas Chilenas.
- São 13 cartas escritas em decassílabos brancos(sem rimas) pelo poeta árcade Tomás Antônio Gonzaga no intuito de denunciar de forma satírica o governo de Luís da Cunha Meneses em Vila Rica. A influência dos iluministas está nítida da obra. Gonzaga teria se inspirado no estilo satírico de Voltaire e nas Cartas Persas (1721), do Barão de Montesquieu (1689‐1755), para intitular seu poema. Na obra, há constantes denuncias sobre as irregularidades, configurando o ambiente de Vila Rica ao tempo da preparação política para a Inconfidência Mineira.

Abaixo vocês poderão ler um trecho das Cartas Chilenas.

Carta 1ª (fragmentos)

Não cuides, Doroteu, que vou contar‐te
por verdadeira história uma novela
da classe das patranhas, que nos contam
verbosos navegantes, que já deram
ao globo deste mundo volta inteira.
Uma velha madrasta me persiga,
uma mulher zelosa me atormente
e tenha um bando de gatunos filhos,
que um chavo não me deixem, se este chefe
não fez ainda mais do que eu refiro.
[...]
Tem pesado semblante, a cor é baça,
o corpo de estatura um tanto esbelta,
feições compridas e olhadura feia;
tem grossas sobrancelhas, testa curta,
nariz direito e grande, fala pouco
em rouco, baixo som de mau falsete;
sem ser velho, já tem cabelo ruço,
e cobre este defeito e fria calva
à força de polvilho que lhe deita.
Ainda me parece que o estou vendo
no gordo rocinante escarranchado,
as longas calças pelo embigo atadas,
amarelo colete, e sobre tudo
vestida uma vermelha e justa farda.




Para quem quiser conferir, as 13 Cartas Chilenas estão no link abaixo. Boa leitura!
http://www.biblio.com.br/defaultz.asp?link=http://www.biblio.com.br/conteudo/TomasAntonioGonzaga/cartaschilenas.htm


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