E no fim, a pior de todas as sensações é a de não caber em sí próprio, não conseguir abraçar sua alma e tornar-se um só ser.
O mais terrível dos momentos é quando não nos encontramos em nosso próprio interior e tentamos  nos encontrar nas esquinas de alguém, alguém que não passa de uma suja e escura viela.

 O silêncio mais dolorido é aquele que esconde milhões de gritos insuportáveis e uma dose de sussurros irremediáveis, Aqueles que são regados á arrependimentos e descontentamentos, aquele silêncio que já não possue mais paz, silêncio inútil e irrelevante, silêncio amargo.

 Por outro lado, nada é mais lindo do que as simples trocas de olhares, daquelas que em alguns instantes colocam-se horas de papos em dia, aquelas trocas de olhares onde as almas de comunicam e os corações dão gargalhadas, nada mais lindo do que saber que mesmo com os silêncios sem paz e as indiferenças consigo mesmo, temos alguém que se encaixem completamente nas soluções dos nossos problemas.

O pior das sensações

8 de mar. de 2015

E no fim, a pior de todas as sensações é a de não caber em sí próprio, não conseguir abraçar sua alma e tornar-se um só ser.
O mais terrível dos momentos é quando não nos encontramos em nosso próprio interior e tentamos  nos encontrar nas esquinas de alguém, alguém que não passa de uma suja e escura viela.

 O silêncio mais dolorido é aquele que esconde milhões de gritos insuportáveis e uma dose de sussurros irremediáveis, Aqueles que são regados á arrependimentos e descontentamentos, aquele silêncio que já não possue mais paz, silêncio inútil e irrelevante, silêncio amargo.

 Por outro lado, nada é mais lindo do que as simples trocas de olhares, daquelas que em alguns instantes colocam-se horas de papos em dia, aquelas trocas de olhares onde as almas de comunicam e os corações dão gargalhadas, nada mais lindo do que saber que mesmo com os silêncios sem paz e as indiferenças consigo mesmo, temos alguém que se encaixem completamente nas soluções dos nossos problemas.

Eu sempre aprendi que qualquer dor era passageira, que bastava um pouquinho de esforço para que tudo voltasse ao normal. Eu vi minha irmã sofrendo pelo seu vulgo amor aos quinze anos e minha mãe dizendo baixinho “calma, vai passar”. Depois eu vi minha irmã sofrendo por amor, novamente, aos vinte, e ela mesma afirmou: “Se já passou uma vez, não tem motivos pra não passar agora”. E com o decorrer do tempo, passou também. Não posso julgar a intensidade desses amores, mas o fato é que eles pararam de doer, eles deixaram de existir.
Conforme fui crescendo, acompanhei outros términos de terceiros e até fatalidades como a morte. E o único discurso decorado que todos tinham era: Tudo passa. Porém, em contramão, eu via em novelas e filmes que uma das pessoas fazia de tudo para que o relacionamento desse certo. E então, se tudo realmente passa, pra que insistir numa dor de amor? Pra que tentar fazer dar certo? - Eu sempre me perguntava isso, porque achava realmente que todas as dores de amor eram passageiras. Até que conheci você. Desde então, tudo mudou de figura. Eu não sei explicar muito bem o porquê da insistência, mas talvez, simplesmente, seja porque alguns amores nunca morrem.
Eu me lembro exatamente de como você chegou em minha vida. Era um sábado à noite, o frio era meu mais fiel aliado e eu não queria nada que não envolvesse ficar na cama, vendo os mesmos filmes de sempre, nas mesmas companhias de sempre e com a minha velha caneca de café. Mas alguma coisa me puxou até aquela festa. Alguma coisa fez com que eu pagasse pra ver o que aquele sábado tinha a me oferecer. Então eu fui. E ele me ofereceu você.
Encostado na parede com a bebida na mão, eu te vi sorrindo olhando em minha direção. No momento pareceu que eu estava imaginando coisas porque eu queria, desde aquele momento, mais que tudo no mundo, que você sorrisse pra mim e por mim. E foi exatamente isso que você fez. Você sorriu de um jeito leve que me fez sorrir também, acendeu um cigarro e colocou um dos pés na parede, tentando manter uma marra inexistente. E foi ali que eu me apaixonei. Desde aquele momento eu estava entregue a você, antes mesmo de você se aproximar, jogar a fumaça para o sentido da brisa e perguntar meu nome. Antes mesmo daquele beijo, duas semanas após a festa, eu já estava completamente entregue a você.
Não sei ao certo se foi o seu jeans justo às coxas, seu moletom com o dobro do seu tamanho, o seu cabelo perfeitamente desarrumado, o cheiro forte do seu perfume, a sua voz incrivelmente rouca ou o seu irritante hábito de fumar, mas algo fez com que eu quisesse cuidar de você. Para sempre. Algo despertou uma vontade antes nunca sentida. Algo incontrolável. Eu senti vontade de te levar pra casa e me apaixonar ainda mais por você, dia após dia. Eu senti vontade de te explicar o porquê do seu sorriso de canto me deixar tão sem ar, sem rumo. Eu senti vontade de te apresentar aos meus amigos e de dividir a minha história contigo. Eu senti vontade, desde aquele momento, de ter uma história contigo.
Passaram-se sete anos desde aquela festa e eu ainda sou apaixonada por você. Por mais que as pessoas já não percebam e que, realmente, a dor tenha diminuído, você ainda mora em mim. Não deixou seu lugar vago nenhum diazinho sequer nesses sete anos. Você inundou minha vida, me transbordou de felicidade durante quase quatro anos e, sem aviso prévio, partiu. Sem que eu pudesse preparar um café de despedida ou tramar bons argumentos para te fazer ficar. Após quase quatro anos sendo aquilo que nunca planejei, mas ocultamente sempre desejei, você tornou-se alguém irreconhecível. Fechou a porta com brutalidade alegando não aguentar mais. Alegando sufocar-se com tanto amor. E soltou, em meio ao choro – nervoso, porém não agoniado como o meu – apenas uma frase de efeito que ecoa em mim até hoje: “Eu te amo, mas não sou mais apaixonado por você.
Eu já tinha ouvido coisas terríveis em toda a minha vida, mas nada nunca havia me machucado tanto. Foi a coisa mais dolorosa e mais poética que já ouvi. Porque tudo em você era poético. Até o seu mascar de chiclete me inspirava a escrever. O seu jeito despretensioso de andar, sua forma de ter sempre um cigarro ao alcance das mãos e até a cara de deboche que fazia ao ser avisado por mim de que o sapato estava desamarrado. Tudo em você me inspirava. Tudo em você me prendia, me amarrava. Você era mais poesia que homem em si, mesmo sempre reclamando das minhas poesias escritas em papel de pão para o seu café da manhã. Você era mais poético que todas as paisagens que já me inspirei na vida. Mais poético que os dias de chuva e que as músicas tristes. Você era mais poético que as poesias que eu escrevia. 
Eu sinto falta de você. Eu sinto de nós e até do maldito cheiro de nicotina que eu tanto reclamava. Você bateu a porta naquela quarta-feira sem ao menos deixar com que seu cheiro se desprendesse da minha cama. Você desistiu de nós sem, sequer, me explicar se não tinha nada mesmo que eu pudesse fazer para te impedir de ir embora. Você arrumou suas coisas, pela primeira vez em quase quatro anos, sozinho. Você ficava tão perdido ao fazer a mala para visitar o seu avô no interior e sempre me pedia ajuda. Mas dessa vez você conseguiu fazer com que tudo coubesse sem a minha ajuda. Eu me lembro de como você me colocava sentada na mala, pedindo pra eu te ajudar a fechá-la. E depois me virava na cama e ali, em meio à luz do sol, transformava meu corpo no seu. Fazia com que nada mais importasse além da sua respiração ofegante em meu ouvido.
Talvez eu devesse ter demonstrado menos, ou então não devesse ter afagado seus cabelos negros até seu sono – porque ali, eu achava que você também precisava de mim o mesmo tanto que eu precisava de você. Talvez eu não devesse ter te contado que eu nunca tinha me envolvido daquele jeito com ninguém ou, vai ver, quase quatro anos ainda fosse pouco tempo pra eu ter te confessado que imaginava a nossa futura filha com seus olhos. Talvez eu tenha me precipitado, mas você já estava tão incluso na minha rotina. Porra, você já havia se tornado a minha rotina. A personificação perfeita dela. E eu achei que pudesse confiar em você para te contar tudo que sonhava ao lado do homem que mais amei na vida. Mas, por um deslize do destino, nós dois não nos amamos na mesma sintonia.
Como diria naquele filme que sempre assistíamos enquanto você secava minhas lágrimas por conta do final trágico que eu já havia até decorado: “Dizem que um dos dois sempre ama mais. Meu Deus, quem dera não fosse eu!” - e foi exatamente assim que aconteceu. Nós nos amamos em intensidades diferentes, de modos absurdamente distantes. Você amava meu cheiro de roupa limpa e o colo que eu despunha para que deitasse quando nada mais fazia sentido em sua vida. Eu amava quando você parecia não ser mais querido por nenhuma outra pessoa no mundo. Você me amava quando eu era a única luz no fim do seu túnel, quando o seu cigarro já não mais servia de refúgio. Eu te amava quando você abria a porta numa tentativa falha de não fazer barulho, amava quando você sorria sem jeito ao ser pego bebendo água na cozinha às 3h42 da manhã – como se a minha casa ainda não fosse a sua casa. Você me amava quando estávamos a sós, quando éramos apenas nós mesmos: sem capas ou preocupações. Já eu, te amava com o olhar tenso pela entrevista de emprego mal sucedida ou pela gargalhada de vitória ao conseguir expôr seus quadros para aquela famosa galeria da capital. Eu amava você tanto nos dias de sol, como nos de chuva. E, tolamente, eu ainda amo você.
Por isso, reafirmo que alguns amores, por mais que vários anos se passem, nunca morrem. Há mais de três anos que você partiu e a dor incômoda da perda sem motivo aparente ainda se faz presente. Na época todos disseram que passaria. Que era só um amor juvenil e que todo mundo esquece esse tipo de coisa. Mas acontece que não passou. A sua ausência ainda me atormenta. Chegar em casa e não encontrar seu tênis jogado em qualquer canto ainda abre um vazio em meu peito. Não sentir aquele cheiro de cigarro barato ainda me faz cair no choro. E olha que tentei. Por Deus, eu tentei de tudo. Da reconquista ao esquecimento. Eu inventei métodos e mirabolei planos, mas nada te trouxe pra dentro da minha casa ou te tirou de dentro do meu peito. Olha o tamanho da contradição: você nunca esteve tão perto e tão longe ao mesmo tempo. Tão fora do meu alcance e tão dentro de mim. 
Então, eu te imploro: passe por aqui, nem que seja só pra uma visita. Passe e se arranque do meu peito, faça o trabalho árduo que ainda não consegui realizar. Ou, cê que sabe, eu prefiro que passe e tente ficar só mais alguns dias. Tente se acomodar novamente no afago das minhas mãos trêmulas e ansiosas pelo seu retorno, tente se aconchegar no meu peito e não desgrudar mais. Porque, como já cansei de explicar: pode ser que meu amor por você nunca morra.



Porque alguns amores nunca morrem


Eu sempre aprendi que qualquer dor era passageira, que bastava um pouquinho de esforço para que tudo voltasse ao normal. Eu vi minha irmã sofrendo pelo seu vulgo amor aos quinze anos e minha mãe dizendo baixinho “calma, vai passar”. Depois eu vi minha irmã sofrendo por amor, novamente, aos vinte, e ela mesma afirmou: “Se já passou uma vez, não tem motivos pra não passar agora”. E com o decorrer do tempo, passou também. Não posso julgar a intensidade desses amores, mas o fato é que eles pararam de doer, eles deixaram de existir.
Conforme fui crescendo, acompanhei outros términos de terceiros e até fatalidades como a morte. E o único discurso decorado que todos tinham era: Tudo passa. Porém, em contramão, eu via em novelas e filmes que uma das pessoas fazia de tudo para que o relacionamento desse certo. E então, se tudo realmente passa, pra que insistir numa dor de amor? Pra que tentar fazer dar certo? - Eu sempre me perguntava isso, porque achava realmente que todas as dores de amor eram passageiras. Até que conheci você. Desde então, tudo mudou de figura. Eu não sei explicar muito bem o porquê da insistência, mas talvez, simplesmente, seja porque alguns amores nunca morrem.
Eu me lembro exatamente de como você chegou em minha vida. Era um sábado à noite, o frio era meu mais fiel aliado e eu não queria nada que não envolvesse ficar na cama, vendo os mesmos filmes de sempre, nas mesmas companhias de sempre e com a minha velha caneca de café. Mas alguma coisa me puxou até aquela festa. Alguma coisa fez com que eu pagasse pra ver o que aquele sábado tinha a me oferecer. Então eu fui. E ele me ofereceu você.
Encostado na parede com a bebida na mão, eu te vi sorrindo olhando em minha direção. No momento pareceu que eu estava imaginando coisas porque eu queria, desde aquele momento, mais que tudo no mundo, que você sorrisse pra mim e por mim. E foi exatamente isso que você fez. Você sorriu de um jeito leve que me fez sorrir também, acendeu um cigarro e colocou um dos pés na parede, tentando manter uma marra inexistente. E foi ali que eu me apaixonei. Desde aquele momento eu estava entregue a você, antes mesmo de você se aproximar, jogar a fumaça para o sentido da brisa e perguntar meu nome. Antes mesmo daquele beijo, duas semanas após a festa, eu já estava completamente entregue a você.
Não sei ao certo se foi o seu jeans justo às coxas, seu moletom com o dobro do seu tamanho, o seu cabelo perfeitamente desarrumado, o cheiro forte do seu perfume, a sua voz incrivelmente rouca ou o seu irritante hábito de fumar, mas algo fez com que eu quisesse cuidar de você. Para sempre. Algo despertou uma vontade antes nunca sentida. Algo incontrolável. Eu senti vontade de te levar pra casa e me apaixonar ainda mais por você, dia após dia. Eu senti vontade de te explicar o porquê do seu sorriso de canto me deixar tão sem ar, sem rumo. Eu senti vontade de te apresentar aos meus amigos e de dividir a minha história contigo. Eu senti vontade, desde aquele momento, de ter uma história contigo.
Passaram-se sete anos desde aquela festa e eu ainda sou apaixonada por você. Por mais que as pessoas já não percebam e que, realmente, a dor tenha diminuído, você ainda mora em mim. Não deixou seu lugar vago nenhum diazinho sequer nesses sete anos. Você inundou minha vida, me transbordou de felicidade durante quase quatro anos e, sem aviso prévio, partiu. Sem que eu pudesse preparar um café de despedida ou tramar bons argumentos para te fazer ficar. Após quase quatro anos sendo aquilo que nunca planejei, mas ocultamente sempre desejei, você tornou-se alguém irreconhecível. Fechou a porta com brutalidade alegando não aguentar mais. Alegando sufocar-se com tanto amor. E soltou, em meio ao choro – nervoso, porém não agoniado como o meu – apenas uma frase de efeito que ecoa em mim até hoje: “Eu te amo, mas não sou mais apaixonado por você.
Eu já tinha ouvido coisas terríveis em toda a minha vida, mas nada nunca havia me machucado tanto. Foi a coisa mais dolorosa e mais poética que já ouvi. Porque tudo em você era poético. Até o seu mascar de chiclete me inspirava a escrever. O seu jeito despretensioso de andar, sua forma de ter sempre um cigarro ao alcance das mãos e até a cara de deboche que fazia ao ser avisado por mim de que o sapato estava desamarrado. Tudo em você me inspirava. Tudo em você me prendia, me amarrava. Você era mais poesia que homem em si, mesmo sempre reclamando das minhas poesias escritas em papel de pão para o seu café da manhã. Você era mais poético que todas as paisagens que já me inspirei na vida. Mais poético que os dias de chuva e que as músicas tristes. Você era mais poético que as poesias que eu escrevia. 
Eu sinto falta de você. Eu sinto de nós e até do maldito cheiro de nicotina que eu tanto reclamava. Você bateu a porta naquela quarta-feira sem ao menos deixar com que seu cheiro se desprendesse da minha cama. Você desistiu de nós sem, sequer, me explicar se não tinha nada mesmo que eu pudesse fazer para te impedir de ir embora. Você arrumou suas coisas, pela primeira vez em quase quatro anos, sozinho. Você ficava tão perdido ao fazer a mala para visitar o seu avô no interior e sempre me pedia ajuda. Mas dessa vez você conseguiu fazer com que tudo coubesse sem a minha ajuda. Eu me lembro de como você me colocava sentada na mala, pedindo pra eu te ajudar a fechá-la. E depois me virava na cama e ali, em meio à luz do sol, transformava meu corpo no seu. Fazia com que nada mais importasse além da sua respiração ofegante em meu ouvido.
Talvez eu devesse ter demonstrado menos, ou então não devesse ter afagado seus cabelos negros até seu sono – porque ali, eu achava que você também precisava de mim o mesmo tanto que eu precisava de você. Talvez eu não devesse ter te contado que eu nunca tinha me envolvido daquele jeito com ninguém ou, vai ver, quase quatro anos ainda fosse pouco tempo pra eu ter te confessado que imaginava a nossa futura filha com seus olhos. Talvez eu tenha me precipitado, mas você já estava tão incluso na minha rotina. Porra, você já havia se tornado a minha rotina. A personificação perfeita dela. E eu achei que pudesse confiar em você para te contar tudo que sonhava ao lado do homem que mais amei na vida. Mas, por um deslize do destino, nós dois não nos amamos na mesma sintonia.
Como diria naquele filme que sempre assistíamos enquanto você secava minhas lágrimas por conta do final trágico que eu já havia até decorado: “Dizem que um dos dois sempre ama mais. Meu Deus, quem dera não fosse eu!” - e foi exatamente assim que aconteceu. Nós nos amamos em intensidades diferentes, de modos absurdamente distantes. Você amava meu cheiro de roupa limpa e o colo que eu despunha para que deitasse quando nada mais fazia sentido em sua vida. Eu amava quando você parecia não ser mais querido por nenhuma outra pessoa no mundo. Você me amava quando eu era a única luz no fim do seu túnel, quando o seu cigarro já não mais servia de refúgio. Eu te amava quando você abria a porta numa tentativa falha de não fazer barulho, amava quando você sorria sem jeito ao ser pego bebendo água na cozinha às 3h42 da manhã – como se a minha casa ainda não fosse a sua casa. Você me amava quando estávamos a sós, quando éramos apenas nós mesmos: sem capas ou preocupações. Já eu, te amava com o olhar tenso pela entrevista de emprego mal sucedida ou pela gargalhada de vitória ao conseguir expôr seus quadros para aquela famosa galeria da capital. Eu amava você tanto nos dias de sol, como nos de chuva. E, tolamente, eu ainda amo você.
Por isso, reafirmo que alguns amores, por mais que vários anos se passem, nunca morrem. Há mais de três anos que você partiu e a dor incômoda da perda sem motivo aparente ainda se faz presente. Na época todos disseram que passaria. Que era só um amor juvenil e que todo mundo esquece esse tipo de coisa. Mas acontece que não passou. A sua ausência ainda me atormenta. Chegar em casa e não encontrar seu tênis jogado em qualquer canto ainda abre um vazio em meu peito. Não sentir aquele cheiro de cigarro barato ainda me faz cair no choro. E olha que tentei. Por Deus, eu tentei de tudo. Da reconquista ao esquecimento. Eu inventei métodos e mirabolei planos, mas nada te trouxe pra dentro da minha casa ou te tirou de dentro do meu peito. Olha o tamanho da contradição: você nunca esteve tão perto e tão longe ao mesmo tempo. Tão fora do meu alcance e tão dentro de mim. 
Então, eu te imploro: passe por aqui, nem que seja só pra uma visita. Passe e se arranque do meu peito, faça o trabalho árduo que ainda não consegui realizar. Ou, cê que sabe, eu prefiro que passe e tente ficar só mais alguns dias. Tente se acomodar novamente no afago das minhas mãos trêmulas e ansiosas pelo seu retorno, tente se aconchegar no meu peito e não desgrudar mais. Porque, como já cansei de explicar: pode ser que meu amor por você nunca morra.



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